domingo, 29 de março de 2015

A cultura do pet

O comportamento humano frente a uma condição não-humana, é de merecida análise psicológica-social. É o caso de uma mulher solteira que não consegue ter filhos, e transfere seus sentimentos maternais a um pet. Isso é certo, até que ponto?

A capacidade do ser humano de amar e ser amado é incrível e isso é garantido, mesmo que esse tenha que adquirir um outro ser ou objeto para se compartilhar esse amor. Segundo pesquisadores, o ser humano precisa desse sentimento para se manter vivo e capaz de enfrentar as coisas da vida.

Quando se vê uma mulher vestindo seu cachorro, levando-o para passear de carrinho, ou até alimentando-o como se fosse um bebê de colo, torna-se questionável o exagero de uma pessoa em confundir os sentidos e compensar algo que não alcançou em sua vida.

A máquina humana é um emaranhado de sentimentos inconstantes que buscam o amor a qualquer custo, em qualquer ocasião. É um sentimento clichê, sim, mas é o mais procurado entre as madames e as princesinhas mal amadas. 

Ah, o amor! E falando nele, temos todo o direito de recebê-lo também. Talvez isso explique os absurdos que vemos, como um cão cheio de apetrechos. A necessidade de “tampar” um buraco no peito, garante isso.

É cultura do homem e faz parte do dia-a-dia do brasileiro ter um animal de estimação. Mas, essa cultura passa de rotina para um acontecimento extraordinário se essas transferências sentimentais acontecem. Apesar que, esses casos estão se transformando em ordinários pelo fato de que o amor inexiste em ambientes hostis e conflituosos, como no território em que vivenciamos - em sua maior extensão.

Não seja por isso. Os pets estão à disposição de quem não tem o tão lúdico amor em suas vidas, e eles também garantem amor eterno. A quantidade de animais que estão para adoção é enorme, e eles também não tem esse amor na vida.  Engraçado, até eles!

Por Izabella Lorenzoni





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