O deputado federal Rubens Otoni (PT – GO) esteve em Rio Verde na última sexta-feira, dia 03 de junho de 2011, para participar de uma audiência pública alusiva às obras de duplicação da BR-060. Segundo o deputado, há uma grande preocupação com relação à segurança e agilidade do perímetro urbano rio-verdense. “Não se trata apenas de duplicação, mas de adequações. Vamos ouvir reivindicações da comunidade e tentar atendê-las”, explicou. A obra contemplará 288 km, entre Goiânia e Jataí.
Um trecho que preocupa os condutores é o que dá acesso ao Atacadão. O deputado não soube informar sobre a possibilidade da construção de um viaduto no local, mas garantiu que, caso a proposta não esteja prevista no projeto, este será aperfeiçoado. “Na medida em que seja comprovada a necessidade de adequação do projeto original, com certeza vamos fazê-lo”, disse. “A interlocução com a sociedade e esse trabalho de acompanhamento e fiscalização vai fazer com que avancemos bastante”, concluiu.
De um lado, o progresso da duplicação. De outro, o atraso, literalmente, de uma rodovia intransitável. O estado da GO-174 é um fator de complicação para a produção regional, porque compromete a competitividade e a logística privilegiada de Rio Verde. Sobre o assunto, o deputado lamentou o fato de seu partido não ter conseguido eleger um governador. “Vamos cobrar e fiscalizar, mas a garantia da execução é do governo do Estado”.
Rubens Otoni disse respeitar o prefeito de Rio Verde, Juraci Martins, e se colocou à disposição para ajudá-lo a obter obras do governo federal. “Mas devo lembrar que a tendência é que o PT dispute as eleições municipais, com grande chance de vitória”, afirmou. Segundo ele, após o governo PT, Rio Verde recebeu mais ações que em toda sua história. “Temos recursos gastos em recuperação de escolas, na construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), farmácia popular e habitação. Ainda há verba prevista para as áreas da educação e da saúde, dentre outras”, garantiu.
E por falar em obras, o governo federal decidiu privatizar a metade dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF), porque, segundo um estudo elaborado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), dos 13 aeroportos com obras previstas para a Copa de 2014, nove não teriam condições de finalizar seus empreendimentos em tempo oportuno. De acordo com o novo modelo, será feita uma concessão para que os aeroportos sejam administrados por sociedades formadas com, no mínimo, 51% de investidores privados.
O deputado explicou que, historicamente, o PT sempre privilegiou o controle do Estado, mas analisa a cada momento aquilo que é importante para o Brasil. “Criticamos apenas a privatização total, mas há momentos em que parte dela é necessária”, afirma. Ele salienta que o período da Copa vai passar e os benefícios com relação à infra-estrutura montada para recebê-la ficarão.
Tão polêmico quanto a privatização dos aeroportos, outro assunto em destaque no âmbito nacional é o fato de a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos deputados ter aprovado um projeto que torna crime a divulgação de informações de processos que corram em segredo de justiça. Ao ser questionado sobre o tema, que tem suscitado discussões, Rubens Otoni afirmou que a liberdade de expressão não está em jogo, mas que o debate é muito importante. “Esse ponto deve ser aprofundado, porque é salutar para a democracia, e não um atentado contra ela”, finalizou.
Por Muriele Silva
Entrevista concedida ao Programa Patrulha 97, da Rádio Morada do Sol FM, no dia 03 de junho de 2011