quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um dia após deixar governo, Orlando Silva saúda cotado para ser sucesso

Ministro do Esporte deixou cargo quarta após denúncia de suposta fraude. Nesta quinta, ele desejou que 'Deus ilumine caminhos' de Aldo Rebelo.

O ex-ministro do Esporte Orlando Silva (PC do B-SP), que deixou o cargo na noite de quarta-feira (26) doze dias após denúncias de suposta fraude na pasta, saudou na manhã desta quinta (27), por meio de seu Twitter, um dos principais cotados para sucedê-lo no cargo, o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Segundo Cristiana Lôbo, Rebelo é o nome defendido pela bancada do PC do B no Congresso. Na manhã desta quinta, a presidente Dilma Rousseff pode se reunir com o presidente do PC do B, Renato Rabelo, para tratar da substituição no comando da pasta.

A exoneração de Orlando Silva foi publicada nesta quinta no "Diário Oficial da União". A publicação trouxe a confirmação da nomeação de Waldemar Manoel Silva de Souza, que é secretário-executivo do Ministério do Esporte, como interino da pasta. O último despacho de Orlando Silva tratou do cancelamento de autorização para que Souza se afastasse do país para acompanhar eventos esportivos dos XVI Jogos Pan-Americanos.

A crise

A saída de Orlando Silva é o resultado de quase duas semanas de desgaste político depois da divulgação da denúncia de que o ministro teria participação em um esquema de desvio de dinheiro público do Segundo Tempo, um programa do federal destinado a promover o esporte em comunidades carentes.

O próprio ministro fez o anúncio, em uma entrevista coletiva depois do encontro com a presidente. Silva, que tinha ao lado o presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo, disse que examinou com Dilma a "crise" que, segundo afirmou, foi produzida com as denúncias sobre ele.

"Examinamos essa crise criada nos últimos dias, os ataques que sofri. Eu reafirmei para a presidenta que não há, não houve nem haverá quaisquer provas que me incriminem, diferentemente do que foi publicado em uma revista semanal. Fato nenhum houve que possa comprometer a minha honra, fato nenhum houve que possa comprometer a minha conduta ética", declarou.

Ao se dizer vítima de um "linchamento", reafirmou que a "verdade virá à tona". "Fui mais uma vez firme, indignado. Falei com a presidente da minha revolta com esse linchamento público que eu vivi, mas tranquilizei ela afirmando que em poucas semanas a verdade virá a tona e ficará claro para a sociedade brasileira que não há nada que possa me incriminar".

Sobre as denúncias de desvios do programa Segundo Tempo, Orlando Silva disse que as "ilações" "não têm comprovação prática e os erros identificados por nós no programa foram enfrentados". "Eu determinei a devolução do dinheiro público. Eu identifiquei o mal feito e eu agi para corrigir o mal feito", afirmou.

De acordo com o Palácio do Planalto, a exoneração, a pedido de Orlando Silva, será publicada no "Diário Oficial da União" nesta quinta-feira (27).

Na entrevista, ele explicou por que pediu a demissão. "Essa é uma decisão consciente que tomei, que a presidente apoiou por entender que, primeiro, eu posso me defender com mais ênfase a minha honra, que foi ferida sem nenhuma prova cabal", afirmou. "Saio com o sentimento do dever cumprido. A injustiça está em calúnias ganharem ar de veracidade."

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