Por Gabriel Silva
Segundo especialistas, a crise atual do Brasil, que é a maior desde 1996 no nosso país, tende a permanecer por mais esse ano, pois não há qualquer perspectiva de melhora da economia. Levantamentos do IBGE apontam que fábricas estão fechando e demitindo funcionários, o comércio registra queda nas vendas e muitas empresas estão decretando falência.
E a situação não é diferente para as entidades religiosas, que também estão sendo afetadas pela crise financeira do Brasil. As famílias e os empresários que participam dessas entidades religiosas estão focados em gastos básicos e mínimos, portanto são obrigados a controlar suas doações para estas instituições.
A secretária executiva da Comunidade Terapêutica Gênesis, Fernanda Oliveira, ligada a igreja “Videira”, afirma que houve uma queda considerável nas contribuições do dízimo, de 2014 para 2016, mesmo que o número de fiéis tenha aumentado, e com isso diminuiu o repasse para a comunidade terapêutica também.
Fernanda diz ainda que “a igreja, como administradora da comunidade terapêutica, não tem conseguido fazer o suporte financeiro, ela faz um suporte na parte de didática, na parte espiritual, na parte de pessoas”.
Já o Pároco Frei Cícero Martiniano da Silva, da paróquia Nossa Senhora de Fátima, explica que, de um ano para cá, as arrecadações do dízimo na paróquia diminuiu 15% devido a essa crise e, segundo ele,“a construção do centro catequético não conseguiu ser concluída dentro do prazo previsto, onde só com a construtora foi gasto R$675 mil, e também agora mais R$71 mil para instalar o piso do prédio, isso tudo somando R$ 746 mil reais gastos, não estamos tendo ajudas e é pouca a arrecadação”.
Na Associação Espírita Chico Xavier, coordenada pelo psicólogo Dr. Onaldo Campos Neto, não há a contribuição do dízimo como em outros seguimentos religiosos ou filosóficos, como explica o psicólogo: “no espiritismo o principio é a gratuidade e a caridade que e fundamental, para que as pessoas busquem esse sentimento”.
Segundo Onaldo, a instituição promove eventos beneficentes para arrecadar fundos para realização desses projetos, mas existem dificuldades. “As dificuldades são muitas para conseguir manter esses projetos, pois todo o trabalho da associação é gratuito e através de voluntários, mas para conseguir fazer um bom trabalho existem custos”, explica.
Para o economista Mauricio Faganelo, a crise nas igrejas e em todo tipo de doutrina tem dois lados da história, o lado ruim e o lado bom. “O ruim são as igrejas arrecadando menos o dízimo, por causa da renda familiar brasileira, o lado bom é o aumento da participação de fiéis, pois, as dificuldades levam as pessoas para as igrejas em busca de sustento espiritual para lidar com essa situação de crise financeira”.
(Edição: Pedro Cabral)