terça-feira, 31 de maio de 2016

Teenation: Jovens demais para uma religião?

Andréia trabalhando em um "Encontro com Deus"

Caroline e Rozangela confeccionando o tapete de Corpus Christi
Por Anna Venâncio
Fotos: Arquivo pessoal 

Os adolescentes gostam de estar em lugares em que eles possam expressar sua opinião e conviver com pessoas que geralmente defendem o mesmo ponto de vista, assim acontece na área de religião. Alguns seguem determinada doutrina porque foram criados assim, e outros apenas escolhem um caminho após ter o entendimento necessário para seguir as crenças da denominação que ele escolheu.O principal motivo para seguir uma religião não deve ser apenas as atrações que ela oferece, amigos ou incentivo familiar, e sim o interesse no que essa crença defende. Mas, nessa idade, eles precisam estar ativos e sempre inseridos em programações, algumas religiões estão unindo o útil ao agradável, para manter os adolescentes participando e ajudando nos eventos, crescendo espiritualmente e propagando a sua fé, por isso as igrejas tem investido cada vez mais nos jovens e em atividades voltadas para eles.Tallitha Azevedo, 28, publicitária, trabalha em uma igreja evangélica em Rio Verde, além de participar das programações, ela ajuda a organizar as programações para os jovens e adolescentes. Atualmente, líder de uma célula de Jovens. Andréa Garcia, 16, estudante, participa da mesma igreja, lidera duas células, sendo uma de jovens e uma de crianças. A publicitária diz que quando acontece algum evento na igreja, e os adolescentes não tem como custear as despesas, eles se unem para vender brigadeiros, mousses, entre outros, para conseguir participar dos eventos. Os principais eventos são: Conferência Radicais Livres, Holy Fest, Arraiá e Conferência Vinha do Sudoeste, e os jovens sempre marcam presença nesses eventos e se empenham para que tudo dê certo, tanto na organização, divulgação e durante o evento.  Andréia diz que os jovens devem ser atraídos com amor, pois ela acha que os jovens estão sedentos por amor, muitas vezes estão em famílias destruídas, envolvidos com drogas, entre outros problemas, que podem ser amenizados com amor.Caroline Teixeira, 22, jornalista, está à frente da coordenação do projeto “Compromisso River”, da igreja católica, que acredita ser possível ser cristão sem deixar de ser jovem.  Rozangela Queiroz da Silveira, 15 anos, estudante, também participa do Compromisso River, e acredita que logo após a implantação desse projeto, aumentou o investimento da igreja para os jovens, e esse trabalho chama a atenção da igreja para os jovens, e para a importância deles para o crescimento da igreja, quanto aos eventos. “Sinto que falta da sociedade, pois os eventos que a igreja organiza são suficientes para atrair os jovens.”Para atrair jovens e adolescentes que ainda não fazem parte de alguma religião, Tallitha acredita que poderiam ser feitos mais evangelismos nas vias públicas, onde possa estar reunido grupos de pessoas que ainda não conhecem Jesus, que são as pessoas que eles procuram. Caroline diz: É preciso que os jovens entendam que assim como o nosso lema do Projeto Compromisso "Ser cristão sem deixar de ser jovem" é possível ser jovem, ser feliz, conhecer pessoas e viver muitas experiências maravilhosas que todo jovem precisa viver, sendo cristão. Tallitha diz que os Radicais Livres não seria a mesma coisa, sem os jovens, pois são eles que fazem o evento acontecer, nas células, escolas, na igreja e também em suas casas. Caroline, diz que trabalham sempre para que o jovem se sinta peça chave na comunidade em que está inserido. A partir do momento em que ele se sente importante, é despertado nele o desejo de também levar esse sentimento aos outros jovens e isso se torna um grande ciclo.
             Depois que os jovens começam a participar dos eventos e da organização, eles querem estar sempre por dentro dos eventos e isso não é diferente com a Andréia e a Rozangela. Isso exige um pouco de sacrifício, pois eles tem que sacrificar algumas coisas para servir a obra da igreja. Rozangela, diz que o trabalho na igreja é maravilhoso, mas muitas vezes não pode sair com amigos e família, pois coloca a sua vida na igreja em primeiro lugar. “Meus pais me apoiam muito e se dedicam juntamente comigo nos trabalhos envolvidos com os jovens, e para mim é muito importante esse apoio deles, pois nem sempre é fácil”, conclui ela, já Andréia diz que a pessoa realmente tem que querer servir, porque não é fácil. “Eu não deixo de sair com os meus amigos da escola, mas a maioria do meu tempo estou com o pessoal da igreja, as vezes as pessoas que estão fora da igreja podem me julgar por eu ser nova e estar me dedicando tanto a servir, mas eu amo fazer isso”. “Para mim é muito importante estar inclusa em uma religião, que no meu caso é a católica, pois acrescenta muitos conhecimentos voltados a minha espiritualidade e crescimento intelectual. Participo de encontros rotineiros, aos domingos que é uma formação intensa, de tudo aquilo relacionado a minha religião”, ressalta Rozangela. Sobre os adolescentes participar de alguma religião, Tallitha diz: “A religião é a forma que molda o caráter e o comprometimento deles, mostrando para eles valores e transformando o espaço onde eles estão inseridos em algo melhor para se viver. Pois sem algum tipo de crença, a pessoa sobrevive. Acreditar em algo é necessário para o desenvolvimento de uma pessoa, seja criança, jovem, adulto ou idoso”.  É indispensável a inserção das pessoas em alguma religião, independente de idade, status social, expressão política e cultural, segundo Caroline, e ela afirma: “Pode até parecer clichê, mas estar presente em um ambiente religioso pode mudar vidas, transformar famílias. A fé retira jovens da criminalidade, do mundo das drogas e os tornam pessoas melhores e mais comprometidas ao plano de amor que Deus tem para nós.               Os jovens e adolescentes tem grande poder dentro de suas religiões, pois falam a mesma língua de outros jovens, e podem ser usados para alcançar pessoas da mesma faixa etária, defendendo a sua crença, apresentando novos projetos e organizando eventos.

Por Anna Venâncio 

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