quarta-feira, 15 de junho de 2016

Religião: jovens diante da fé


Foto: reprodução/internet


O número de jovens que buscam se satisfizer em uma religião aumentam cada vez mais. Uma pesquisa realizada pelo Data Popular em 2013, mostrou que no Brasil apenas 11,5% dos jovens afirmam não possuir nenhuma religião, e que 44,2% se declaram católicos, 37,6% evangélicos/protestantes e 6,7% de outras religiões.

A diversidade nos ritmos e estilos da música gospel e o liberalismo das ‘doutrinas’ atrai esse público jovem pra mais perto de suas crenças. "Os grupos e cantores Gospel passaram a adotar cada vez mais estilos e ritmos musicais diversificados, indo do rock ao sertanejo, do pagode ao pop-rock, isso deixa claro que não há mais fronteiras ou preconceitos neste gênero musical que conversa com qualquer estilo, mas com letras sempre que falam de Deus, textos bíblicos ou palavras de fé." Afirmam Janete Strutz e Maristela Landmann em um trabalho sobre a influência da música gospel.

Millena Ferreira de 16 anos, moradora da cidade de Rio Verde, escolheu ser cristã e se declara a mais de dois anos evangélica da Igreja de Deus no Brasil. “Gosto de estar na casa do Pai, lá me sinto confortada e tenho amigos”, diz Millena com expressão sorridente. “Alguns amigos de escola às vezes ficam ‘zoando’ por eu ser evangélica e não sair para festas igual a eles”, complementa. “Eu e meu namorado somos jovens e não é pelo fato de sermos evangélicos que não somos felizes, a gente só curti a vida de uma outra forma, sem bebedeira e bagunça. Na verdade a gente faz sim uma bagunça, mas é uma bagunça diferente né?(risos)”, explica ela.

“Desde cedo nasci sabendo o que podia e não podia fazer” disse Kessia Garcia, 18 anos de Santa Helena de Goiás (GO). Kessia sempre frequentou a igreja e diz não ser fácil seguir os ensinamentos bíblicos: “É uma luta constante”. Participante da Igreja de Deus no Brasil ela mostra orgulho em dizer que se sente feliz de ser evangélica. “É uma felicidade que ninguém pode dar só ele mesmo, não é uma felicidade passageira, mais se tem Cristo é uma felicidade eterna que nada no mundo e ninguém pode te dar”, justifica.

Alex Ari Machado de 21 anos, da cidade de Canarana (MT), é um jovem católico que busca a cada dia estar mais perto de Deus. Sempre envolvido com as obras de sua igreja, se descobriu no movimento católico RCC (Renovação Carismática Católica). “O Espírito Santo foi me conquistando aos poucos e me moldando, fazendo me descobrir”, disse ele. Hoje ele é coordenador de um grupo de oração da cidade e também coordenador diocesano do Ministério Jovem. Alex disse também que mesmo sendo imperfeito como o ser humano que ele é, quer disseminar a palavra e quebrar os paradigmas sobre a igreja “Luto contra meus defeitos, manias e desejos todos os dias. Peço a Deus essa graça de ser estar no paraíso diante Dele um dia e levar muitas pessoas a conhecê-lo”, declarou.

Migração

Mesmo com o novo posicionamento das igrejas, a queda do número de fieis com migração entre religiões pode ser comparada através dos números do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o qual apontava que jovens com idade entre 15 e 24 anos eram 64,6 % católicos, 22,2% evangélicos/protestantes e que 5,2% pertenciam a outras religiões.

Um exemplo claro dessa migração é o jovem Ramon Graciano de 18 anos, morador de Rio Verde (GO). Ramon hoje se declara praticante do ‘paganismo’, “Prega a coexistência de várias divindades que ‘regem’ o universo”, explica ele que ainda afirma já ter passado por outras até se encontrar. “Passei pelo agnosticismo, deísmo, espiritismo”. Ele vem de família evangélica-protestante, porém não quis continuar praticando o que lhe era imposto pela família. “Decidi mudar de religião por causa de alguns conflitos ideológicos”. Hoje diz ser livre e satisfeito pelo que acredita. “Eu sinto que me encontrei espiritualmente, e que estou seguindo o caminho certo”, concluiu.

Por Cristian Lucas Oliveira e Thaís Cabral

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