sexta-feira, 4 de abril de 2014

Economia nacional: A vilã da novela “Amor ao Álcool"




Por Karlla de Oliveira

Agora as usinas de açúcar e etanol estão endividadas e sem perspectivas de expansão. Gigantes do setor admitem que podem fechar unidades, como é o caso do Grupo Andrade na região de Santa Vitória / São Simão. A pouco mais de dois meses do início da safra 2014/15, as usinas do Centro Sul do Brasil, como é o caso da Andrade, começaram o novo ciclo descapitalizadas e sem perspectivas de expansão, cenário não muito diferente do ano anterior.

O faturamento do setor para a safra 2013/14, que se encerra em março, deve fechar em cerca de R$ 70 bilhões – quase a soma das dívidas dessas indústrias, ou seja, as usinas começam a nova safra  já devendo a safra inteira.

Como se sabe, o setor viveu seus dias de ouro no inicio dos anos 2000, impulsionado pela retomada do consumo de etanol proveniente do aumento da venda de carros flex. Agora, as empresas tentam empurrar para frente a dívida contraída, sobretudo, entre 2006 e 2008, quando passaram por movimento de expansão e consolidação.

Profundamente endividadas para suportar eventual expansão dos negócios, as empresas foram abatidas pela crise global a partir de setembro de 2008. Algumas das tradicionais famílias de usineiros cederam espaço para grupos internacionais, que se aproveitaram da fragilidade financeira das companhias para entrar no setor. Hoje, cerca de 40 grupos estão em recuperação judicial e dezenas de unidades foram desativadas.

O Etanol

Com relação ao mercado de etanol, a situação também é desanimadora. Com a politica do governo de segurar o preço da gasolina para conter a inflação, o combustível perdeu competitividade. E as descobertas do pré-sal deixaram o etanol em segundo plano. O Grupo Andrade, um dos maiores do país no setor, está prestes a fechar unidades nos próximos dois anos, caso a situação não se reverta. A empresa decidiu entrar nesse segmento em 2007, auge da expansão das usinas. Em sete anos, posicionou-se entre as líderes. “Se a situação não se resolver, o plano B não resolve. Vamos fechar usinas”, diz o presidente José Carlos Andrade.

José Carlos Andrade deixou claro que, “apesar de a empresa fazer parte de um conglomerado nacional, sua capacidade de investimento é limitada.  A subsidiária tem a meta de investir mais R$ 1 bilhão nos anos de 2014 e 2015, para atingir sua meta de moagem de cana de 40 milhões de toneladas/ano.  Na última safra, a companhia moeu 22,5 milhões de toneladas”.

Mesmo com tal otimismo, os primeiros sinais de possível “quebra” são evidentes, especialmente com relação aos salários dos funcionários, que se vêm em situação de desespero pelo atraso no pagamento.
Usina Andrade de São Simão tem situação desanimadora, está prestes a fechar as portas

Como se sabe o setor viveu seus dias de ouro, agora a empresa tenta empurrar a dívida contraída para frente.

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