Inúmeras mulheres fazem as unhas toda semana. Mas nem sempre repara se elas têm o real cuidado com a saúde das suas clientes. Alicate, lixa de unha e pés, espátula e palito, são instrumentos simples de qualquer salão de beleza. Mas sem os cuidados necessários esses utensílios podem ser fontes causadoras de doenças transmitidas por vírus, bactérias e fungos. Podendo ser contaminada até por uma simples micose do vírus HIV, afirma o médico Odilon de Souza.
“Um alicate não esterilizado de maneira correta, tem o risco de transmitir hepatite C que é uma doença viral silenciosa que pode manifestar anos depois da contaminação. Em casos de complicação, a doença desencadeia alterações no fígado, podendo causar câncer. Sem contar da AIDS", explica do doutor.
Existem também doenças causadas por fungos, conhecidas como micoses. As lixas, junto àquelas bacias onde se coloca os pés para amolecer as cutículas, são as principais responsáveis pela transmissão do fungo. "Na pele, a micose pode causar descamação, bolhas e coceiras, geralmente nas plantas dos pés. Mas ainda pode deixar as unhas mais grossas, opacas, e causarem descolamento."
Segundo o especialista, é importante entender que as unhas têm uma função de proteção das extremidades, e a cutícula é uma película que cobre a unha, aumentando essa proteção. Quando retirada, uma porta se abre para a entrada de doenças.
Nos bons salões, o material é esterilizado em estufas com o calor seco ou em autoclaves com o vapor. Outro recurso é levar o próprio equipamento de unha, como faz a cliente Regina Carvalho. “Como sei que estamos correndo muitos riscos, porque em salões de beleza tem gente de tudo qualquer jeito, que pode estar com alguma doença”. É interessante verificar também a bacia onde o pé fica de molho, porque microorganismos podem permanecer na bacia, mesmo depois de lavada.
Segundo a manicure e cabeleira Paula Carvalho, ela faz a esterilização que todos os dias. “É importante antes de tudo cuidar da sua cliente, a esterilização tem que ser uma obrigação, antes de começar o atendimento, tem que virar hábito”, desabafa.
Estado de perigo
- Críticos como alicates, conseguem atravessar a pele e penetrar no sistema circulatório. Por isso precisam ser esterilizados constantemente.
- Semi-críticos: penetra apenas um pouquinho na pele, como as espátulas e os afastadores. Mesmo assim também precisam ser desinfetados.
- Não críticos: (as lixas): tocam a superfície da pele, mas não entram em contato com o sangue e, por isso, oferecem menos perigo.
Por Eline Cruz