sexta-feira, 27 de abril de 2012

Estou me formando, e agora? Como a conclusão de curso influência na saúde emocional dos acadêmicos


O ano mais esperado da graduação sem dúvida é o último, quando se chega tão próximo à formatura, depois de quatro ou cinco anos de aulas, trabalhos, apresentações. Nesse período os estudantes são levados a provar seus conhecimentos desenvolvendo trabalhos de conclusão de curso ou monografia.

Ano após ano, os acadêmicos são colocados diante de novos desafios, e as preocupações mudam, mas as incertezas nesse último período podem levar os estudantes a desenvolverem maior ansiedade, dificuldade para dormir e insegurança, por exemplo, cada sintoma de forma individual.

O estudante do 7º período de jornalismo, Taffareu Rosa já iniciou sua monografia, ele contou que vê esse período como mais um estágio da formação. Rosa revelou ainda que para ele o mais difícil nessa etapa é conciliar tempo para trabalho, estudo e lazer. “Minhas maiores dificuldades foram lidar com o nervosismo e ansiedade, mas tento me distrair um pouco, penso no projeto como uma forma de lazer e assim vou superando, conseguindo alcançar meus objetivos”, confidenciou.

Também no 7º período de jornalismo Eline Cruz compartilha a opinião com o colega Taffareu, e falou que não vê a hora de concluir o curso. Dentre os problemas enfrentados a acadêmica disse que sentiu em alguns momentos dificuldade de concentração para estudar, problemas para dormir e ansiedade. “Fico muito nervosa com apresentações em público e apresentar para a banca avaliadora é muita responsabilidade, fico nervosa só de pensar, já com relação à parte teórica não tenho muitas dificuldades”, contou.

Os dois acadêmicos de jornalismo salientam que não pensaram em desistir e pretendem continuar a estudar após concluir o curso superior.

No outro lado temos Rosieli Lovatel, agora bacharel em administração, ela terminou a graduação em 2010, contou que desenvolveu um trabalho de conclusão de curso e que o último ano foi bastante agitado. “Passava os feriados estudando, me preocupei bastante, pois queria apresentar um bom trabalho, sempre cumpri os prazos, fiquei com um pouco de medo porque a nossa banca contaria com avaliadores de outras cidades”, revelou.

Dentre as dificuldades enfrentadas Lovatel salientou que o trabalho em grupo foi desgastante e que por tanta preocupação acabou ficando bastante sensível e chorava com facilidade. Apesar de sempre ter atuado em sua área, a administradora afirma que teve receio quanto ao desenvolvimento do que havia aprendido. “Me preocupava se conseguiria desenvolver tudo que aprendi na prática, porque não seria mais estudante e o mercado exigiria de mim tudo que havia estudado”, contou.

Lovatel explicou que só entendeu que realmente estava formada quando recebeu o diploma e que mesmo querendo descansar dos estudos na época, meses depois iniciou uma pós-graduação. “Recebi apoio para continuar meus estudos, achei algo que me agradava e retomei os estudos. Em nenhum momento pensei em desistir e hoje vejo que realmente tudo valeu a pena”, compartilhou.

A psicóloga Elquissana Quirino explica que os alunos que estão terminando a graduação lidam com preocupações que vão desde apresentação até a escrita do trabalho de conclusão de curso, em que podem desenvolver crises existenciais potencializando a ansiedade, medos, insegurança, e até algumas doenças psicossomáticas.

“Cada pessoa enfrenta este momento de uma forma diferente, mas no geral esta “saúde emocional” é influenciada de acordo com a estrutura que cada um possui no enfrentamento geral da vida, pois é um momento de grandes mudanças cognitivas, afetivas e comportamentais, então o meio que ela vive e como ela vive irá influenciar em sua resposta emocional individual, podendo ai ser utilizada sua ‘inteligência emocional’”, explicou Quirino.

A psicóloga aconselhou que neste período os graduandos busquem ajuda entre as pessoas que confiam e convivem, mas se for algo com mais dificuldade que busquem ajuda profissional. Se a dúvida está quanto a como será ao término da faculdade, Quirino orientou aos estudantes que deem sequencia aos estudos, pois estes não tem fim e que os formandos sejam ousados para enfrentar os desafios.

Por Jéssica Souto 
Ilustração: ednelsonprado.com

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